segunda-feira, 8 de março de 2010

PROCURA-SE UMA MULHER

Que antes de tudo, seja linda

Mas uma beleza que não seja evidente

Mas que se descubra a cada dia

É fundamental que seja vaidosa

Não uma vaidade auto-suficiente,

Mas aquela que se orgulhe de cada elogio

Que atraia a atenção pelo nariz.

Que as lágrimas em seu rosto sejam sempre de alegria.

Preencha esse espaço vazio na minha estante,

Se coloque sobre essa marca tão enferrujada.

Já que nas prateleiras da vontade haverá sempre espaço para seu amor.

sábado, 6 de março de 2010

Mais um textinho, falando sobre os anos 80:

ANOS 80

Um dia desses, enquanto arrumava alguns discos antigos – leiam-se LP’s – comecei a pensar nos anos 80, não que eu tivesse plena consciência e conhecimento de todos os acontecimentos da época; por ser muito jovem, mas mesmo assim comecei a lembrar da minha infância e dos fatos que vivi. E agora, depois de aproximadamente vinte anos, percebo como foram importantes aqueles anos.

A primeira lembrança que mantenho viva é o primeiro show da banda Kiss no Brasil. Fiquei impressionado com aqueles tanques, maquiagens e o sangue falso do Gene Simmons – que cuspia o show inteiro com uma língua monstruosa. É bem verdade que meu namoro com o rock não começou daí – tinha apenas 5 ou 6 anos e para mim aquilo era um espetáculo que enchia os meus infantis olhos.

Lembro-me da comoção que o país viveu quando ocorreu o movimento pelas Diretas Já! Dando fim ao período negro do regime militar e quando o primeiro presidente civil iria assumir o poder. Até hoje, muito me pergunto como Tancredo Neves adoeceu e morreu tão subitamente. O sopro de vida e liberdade estava suprimido durante algum tempo, até que Sarney com seus planos (cruzado I, II,........) deu um novo ânimo à sociedade; ânimo anexado à inflação de que meus pais tanto reclamavam.

Ouvia sobre inflação e as conseqüentes reclamações pelos meus pais, mas obviamente, preferia brincar com meus Comandos em ação – imaginando mil batalhas com Falcon e seus “soldados”. Comandos em ação era um brinquedo relativamente acessível para meus pais; mas o que eu queria brincar mesmo era com um Gênius, com um robozinho que falava e com um “lançamento”: o videogame Odissey. Se fosse possível comparar diria que a quantidade de luzinhas destes “modernos” brinquedos era proporcional ao número de zeros do valor deles. Ah, sem esquecer das bicicletas BMX, e do célebre comercial: “Não esqueça minha Caloi!” e o famigerado “Compre Batom, compre Batom...”

O ano de 1985 foi especialíssimo para mim, e acredito que vários amigos meus também. Foi o ano do primeiro Rock in Rio que trazia artistas ótimos e exóticos, ou não tão “ótimos” assim. Era o primeiro festival de grandiosas proporções no Brasil, e para ele foi construída a Cidade do Rock, onde vários hippies velhos achavam a própria Woodstock. Assistia, meio sem entender, às apresentações de Ozzy Osbourne, Iron Maiden, Paralamas do sucesso, Kid Abelha (e os abóboras selvagens – Meu Deus!!! Muito original! ) E, para não esquecer, a Nina Hagen, que parecia uma bruxa, mas era engraçada, e o muito Rock and roll, James Taylor.

Esse festival abriu as portas para várias bandas e o “Rock Brasil” viveu sua década de glória, bandas underground tiveram seu espaço, geralmente bandas engraçadinhas, leves, trazendo um novo fôlego à música brasileira cercada até então de Amelinhas, Fagner’s, e outros regionalistas. (Só mais tarde, fui entender realmente o valor destes e de outros artistas!). Do lado de “baixo” deste rock alegre que falava de chopp e batata frita, vaquinha Sarali, existia um outro rock, underground, que falava dos problemas sociais e dos resultados do Regime Militar: o Punk.

O movimento Punk, desde seu surgimento – no Brasil, por volta do final dos anos setenta – era e é visto pela grande massa como alegoria, acessórios; como Gilberto Gil afirmaria: “sou o punk da periferia....”. Hoje, infelizmente, o movimento sucumbiu à moda, ser punk é andar de tênis e roupas de lojas que lançam suas tendências “street”, “underground”, cabelos moicano, etc, mas isso é papo para outro texto.

Enquanto no Brasil bandas como Blitz, Ultraje a rigor, Ira!, Biquíni Cavadão, Legião Urbana, Plebe rude, cantavam, de forma meio equivocada é verdade, a juventude brasileira nos seus sonhos nunca dantes navegados. O mundo assistia e ouvia artistas como Madonna, Michael Jackson, Dire Straits trazerem uma nova estética para os videoclipes. Produções caras, roupas de gosto duvidoso e os cabelos então....A juventude absorvia um novo american way of life, – em filmes, clipes e até novelas. - E num período em que as importações eram proibidas O rebolado do Michael Jackson envolvia as crianças (ops!) e o cabelo da Madonna era inspirador de pré-adolescentes ávidas de revoltas juvenis.

Era uma época muito colorida, é verdade, desde (mais uma vez) os cabelos coloridos e armados de laquê de Baby (ainda) Consuelo, até as roupas dos caras do Bon Jovi, Iron Maiden, Marillion. Felizmente essa moda dos cabelos e roupas passou (já pensou, hoje em dia, você ir trabalhar com uma calça de lycra de oncinha !?).

Nos cinemas, nós assistíamos a um Stallone, Schwarnegger (acho que é assim!) matando bem uns 50 com um revólver de seis balas, violência gratuita, desnecessária; mas que enchia os nossos juvenis olhos. Mas nem só de violência era o cinema; havia também muitos sonhos como: 2003 – Uma odisséia no espaço, Alien – o 8º passageiro, Exterminador do Futuro (é, com aquele cara; Swar... alguma coisa!). Um futuro nebuloso e bem mais negro do que poderíamos imaginar. Por outro lado, havia o futuro que nós poderíamos escrevê-lo e com boas doses de humor, como em De volta para o futuro. Peço licença para destacar esse filme, pois eu o adoro, até hoje! Para mim, é um grande filme, que brinca com o nosso eterno desejo de ver o mundo do futuro, como nós estaríamos (nos distantes) anos 2000!

No mundo: a Guerra Fria, o Socialismo versus o Capitalismo, Reagan e Gorbatchev; o mundo sob a ameaça de uma guerra nuclear e já no finalzinho dos anos 80, a queda do muro de Berlin, junto com o ideário socialista; não que esse ideário tenha realmente acabado, mas o que vemos hoje em dia é uma contradição de tudo. A esquerda cada vez mais parecida com a direita, e esta sendo oposição. (!!) Há ainda alguns resquícios do Socialismo como Cuba (com Fidel nas últimas...) e a Coréia do Norte (com seu sonho nuclear).

Enfim, os anos oitenta foram especiais para muitas pessoas, período de descobertas e experiências, o que posso dizer é que quem tem por volta de 25 a 30 anos lembra-se com muita clareza desses anos coloridos e inovadores, às vezes com saudade ou dando “graças a Deus” que passaram; agora com licença que eu tenho que me arrumar para uma festa Trash’ 80!

Pois bem, galera. Depois de alguns anos, aderi à onda de blogs. Sempre tive vontade de ter um para publicar alguns textos meus e tirar dúvidas dos meus alunos, criei coragem e numa tarde de ócio, meti as caras, inspirado - e muito - pelo meu primo Israel que mora no Canadá e tem um blog acessado pra caramba!!!! Então, vamos nessa!!!!