segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

detesto gente sem sangue

Não, não é um paradoxo ou qualquer coisa do tipo. Detesto gente sem alma, sem sangue arterial correndo no corpo, gente que calcula demais, que dá amor em pedaços, em doses regradas e sem direito de repetir uma dose a mais!
Eu prefiro muito mais o amor derramado, incontido, um amor de uma criança pequena que não sabe nem porque ama, mas ama em demasia. Ama pelo simples fato de perceber o amor no outro, entender pelo olhar que até mesmo brigando, há um amor extremo sendo colocado nas palavras.
Gosto da obediência ao amor, a entrega que se faz ao coração, mesmo tão combalido, tão sofrido de tanto desamor, prefiro o amor do insone que, querendo dormir, não se rende pelo simples fato de amar e não sossegar enquanto não faz a outra alma feliz, plena.
Ah, gente sem alma me perturba profundamente. Gente que não vê a felicidade mesmo diante do nariz, gente que não sente alegria, nem mesmo quando há um motivo imenso para sentir a felicidade invadindo os poros, pinotando nosso coração; para essas pessoas a vida é um eterno deja vu, um constante “já vi isso antes”. Realmente, encontrar algo 100% original é difícil, mas porque não adorar um sentimento tão belo quanto o amor? Que mesmo tão batido, manjado é motivo de sorriso quando você vê aquela mensagem no celular de uma pessoa que diz que tá com saudade e tá louco(a) pra te ver!
O amor puro, o amor doce de uma criança que abre os braços e o sorriso quando você chega de saco cheio do trabalho; o amor sem precedentes de uma criança que admira você, mesmo estando um caco, gordo, cheio de espinhas, sei lá! Mas que revigora, atenua as marcas tão doloridas de uma vida difícil.
Quero sempre esse amor novo, sem limites que pulsa dentro de cada coração, quero sangue novo, vivo dentro do meu coração e oxigenando meu cérebro, quero um amor tão bonito quanto o sorriso da minha amada filha!
Amem, amém!

terça-feira, 1 de junho de 2010


O CÉU É O LIMITE

A altura, o céu é um dos maiores sonhos, desejos da humanidade. Isso é inegável, quantos de nós – reles seres humanos – sonhamos, lutamos e morremos para alcançar o inatingível, o sublime, o etéreo.
Mas esse texto não tem uma função didática, vamos ao assunto de modo direto. O que se pretende nestas linhas é falar de pessoas que se colocam num pedestal, se colocam numa posição que, imaginam, não possam ser atingidas pelos outros seres humanos. Na verdade, aquelas pessoas que se colocam num pedestal, vêem os outros como reles formigas, e não neguemos: quando vemos seres bem pequenos sentimos um extremo desprezo e uma vontade imensa de pisá-los, destruí-los. Sabe por quê? Porque são esses pequenos seres que mais nos incomodam. Imagine-se dormindo com uma muriçoca no seu ouvido!
Pois bem, o sonho de voar, sair do chão é um dos mais antigos da humanidade, por exemplo, o mitológico Ícaro que derreteu as asas ao se aproximar do sol, hoje em dia o sonho de chegar ao céu se aproxima aos imensos prédios lá pelos Emirados Árabes que vão muito além do imaginado.
Quando você se lança ao alto, sem olhar para baixo, a imensidão, o infinito é tudo que se deseja alcançar, mas não se esqueça: como mensurar o infinito que você quer alcançar e outro problema: quando se lança ao alto sem uma base, sem uma torre de comando, o vôo é sem orientação e para voltar? Como faz? E será que se pode ir tão alto que não possa ser alcançado?
E quando estiver lá em cima e vir que já alcançou o que “tinha” que buscar? Quando a liberdade de voar pelo infinito perder a graça? O caminho de volta será o mesmo? Provavelmente, as pessoas que lhe levantaram ainda estarão por lá, esperando você voltar ou de tão cansadas, com o pescoço dolorido de tanto olhar para o céu, voltarão para suas casas lembrando aquele que voou e nunca alcançou aquilo que buscava porque simplesmente não sabia o que buscar.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

NÃO SE DÊ TANTA IMPORTÂNCIA

O título deste texto pode parecer um tanto estranho, mas sempre pensei nas pessoas que se dão importância demais nas suas pequenas atitudes. E não há neste texto nenhuma “direta” ou “indireta” a alguém específico. Vou explicar por que.
Geralmente recebemos elogios por alguma boa ação que fazemos, seja uma boa nota, reconhecimento por um trabalho, etc.... Mas, muitas vezes nos esquecemos de que não fizemos nada além do nosso trabalho ou função, porém algumas pessoas se colocam num pedestal muitas vezes alto demais e perigosíssimo conseqüentemente.
E na maioria das vezes, pessoas que se dão importância, são chatíssimas, super boçais e sérias demais. Apesar de não gostar muito, o Cazuza disse uma vez numa entrevista na tevê: “O mundo é sério, chato demais, se a gente se leva a sério o tempo todo, a gente também fica chato”. Não que com isso eu não me leve a sério, muito pelo contrário, mas não que eu fique me idolatrando, por exemplo, diga: “Oh, como escrevo bem, vou mostrar pra todo mundo num blog!!!”
A iniciativa de criar e postar textos meus neste blog, como disse anteriormente, veio do meu primo Israel que mora no Canadá e tem um blog muito classe A, o hbdia.com e como eu tinha uns textos e idéias que considero bacanas, fui atrás e comecei a publicar meus textos.
Depois dessa “explicação”, volto ao conteúdo deste texto, pessoas que se gostam demais têm um espelho tão grande quanto à própria vaidade, falam de suas ações e conclusões com uma força descomunal, desmerecendo outras e não reconhecendo que há pessoas que já pensaram ou viveram a mesma merda! Ora, meus amigos, não devemos colocar nossas opiniões como verdades indissolúveis e indiscutíveis até porque assim como nossa aparência muda, nossas opiniões sobre algumas coisas também.
Muitas vezes, quando somos adolescentes, temos a tendência e a vocação de nos julgarmos maiores do que nossa boca. Expressamos pensamentos, opiniões que nem sempre condizem com a nossa realidade e isso é bom porque quando saímos dos nossos quartos e vemos que o mundo não está muito preocupado com aquilo que nós pensamos e as pessoas não vão mudar por nossa causa, das duas uma: Ou nós ficamos revoltados e – para alguns – a rebeldia fica no olhar, no pensamento – para outros, fica mais fácil seguirmos o caminho que todo mundo trilha: o da resignação.
A frase que eu coloquei acima “A rebeldia fica no olhar” é do cartunista Angeli de um  texto muito legal sobre o fato do filho dele querer colocar um piercing. Ele (Angeli) sabiamente viu que o filho dele vai ser o der na telha, se o símbolo da rebeldia é um piercing, que ele curta o tempo que for, se a rebeldia, o modo meio subversivo de ver a vida vai passar à resignação, aí são “outros quinhentos”
Engraçado é que algumas pessoas, que me conhecem há anos, chegam pra mim e dizem: “eita cara, cadê o cabelão?” “como é que tá a banda?” “ainda tá ouvindo os rock?” como se pelo fato de ter ficado mais velho, careca e com uma filha fosse o prazo de validade de uma pessoa! Eu simplesmente dou um risinho de canto de boca e saio, adianta discutir?
Enfim, mantenha suas convicções, seus projetos, mas não se leve a sério demais, sorria sempre e mantenha a cabeça aberta aos outros, assim a gente cresce!

Texto, inspiradíssimo, que dedico aos meus alunos!! (de 1999 a .....)


Pois é, mais um ano que está chegando ao fim e um novo que se inicia; desejo, nesta nova etapa, que vocês aprendam cada vez mais, não somente na sala de aula, mas vejam que a vida é repleta de desafios e conquistas, de perdas e lágrimas, mas enfim, é sua vida.
Obedeça sempre aos seus pais, por mais que eles pareçam chatos, incompreensíveis, eles, magicamente, têm razão quando lhe proíbem algo, mas lembre-se de que obedecer não é apagar-se, deixar de querer algo, só procure descobrir se aquilo que você quer é realmente necessário.
Valorize sempre os amigos, mesmo que os de hoje não sejam os mesmos de amanhã. Nós nunca sabemos quando nós precisamos de um favor; se um dia, você se irritar com um deles, veja o que você também pode ter feito para uma situação qualquer.
Procure dar importância àquilo que o professor fala, por mais que pareça chato, você sabe que pelo menos no dia da prova você irá precisar. Se você achar que a matéria ou o professor são “insuportáveis”, você pode fazer o seguinte (ou mais, depende de você): copie tudo que está no quadro (o tempo passa mais rápido!) ou fique olhando para seu relógio (garanto que é uma tortura!)
Por mais que essa frase seja batida, vale a pena repetir aqui: Acredite nos seus sonhos, é a melhor forma de se manter vivo; mesmo que seus sonhos pareçam distantes ou impossíveis, saiba que você pode realizá-los; se essa realização não ocorrer, não se frustre, infelizmente (ou não), a vida não é só feita de realizações.
Tenha sempre olhos e ouvidos bem limpos e abertos, estes órgãos, além de fundamentais, podem livrar você de vários perigos. (dentro e fora da sala de aula!)
Nunca espere pelo que os outros podem fazer por você, só você é capaz de mudar o “seu” mundo, você é um ser vivo, pensante – fundamental para si mesmo.
Sabe aquela história: “Ah, eu devia ter feito aquilo”. Faça, arrisque, mas cuidado com as conseqüências, pois só você irá responder por elas.
Meus queridos, estas são algumas palavras que eu, humildemente, posso lhes dar, vocês são o presente do mundo; por mais que não pareça fácil, vocês podem mudar algo. Enfrentem o novo, o inesperado, o difícil com a coragem de um lutador que não teme seu adversário e sabe que pode vencê-lo.
A felicidade é algo breve ou eterno, só depende de você. Aprender é ótimo, dentro e fora da escola, faça bom proveito do que lhe é ensinado.
Ó, quero deixar claro que é um texto antigo, não tem absolutamente NADA de pessoal, criei-o quando a primeira frase dele me veio à mente!!!!


ENCONTRO

      Ela estava esperando já há meia hora, quando o viu entrando no restaurante; estava acostumada com a falta de pontualidade dele, afinal.
      Ele chegou a mesa e a cumprimentou cordialmente, seco. Ela sentiu sua respiração quente e pesada.
      Notou-o cansado. Seu rosto másculo era indefinido, sem cor. Ele parecia bem mais velho do que da última vez que se encontraram. Quem sabe a mocidade dele advinha da união deles. Procurou conversar, saber das novidades, se estava namorando. Monossílabos.
      Ele não estava interessado em conversar banalidades. Ele sabia que se entrassem em assuntos mais íntimos iria se incomodar. Ele limitou-se a falar – superficialmente - do trabalho; cada vez mais sufocante, da família dele, pois tinha voltado a morar com os pais, na mesma casa de muitos anos atrás, onde tantas vezes ela havia ido.
      Ele, enquanto falava, olhava para a mulher na sua frente. Como os anos fizeram bem a esta mulher! Estava mais bela, mais jovem. Os cabelos estavam presos, mas ele pôde ver uma cor diferente daquele que ela costumava usar. Os olhos brilhavam, pareciam pulsar de felicidade. Olhos negros e curiosos. Ele sentiu uma raiva de não estar tão bem quanto ela, mas estava deprimido demais para ter outro sentimento no coração.
      Sentia-se inferior a ela. Logo ele que, tantas vezes, ensinou-lhe tantas coisas, sentia-se rebaixado toda vez que ficava deprimido, achava-se a pior pessoa do mundo. Ela continuava a falar e perguntar sobre a vida, ela não quis entrar em nenhum assunto muito íntimo, apesar de ter inúmeras novidades. Sentia nele certa cumplicidade, por tantas vezes ele fora seu confidente, agora ele se esquivava, fugia dos seus olhos curiosos, que sempre iam mais além.
      O garçom chegou e perguntou o que eles queriam, por um instante ele saiu da letargia e voltou ao mundo. Ela sentiu-se aliviada. Ele escolheu uma bebida, não estava com fome. Ela pediu um tira-gosto, iria acompanhá-lo na cerveja que havia pedido. Ele acendeu um cigarro; ela estranhou o fato dele estar fumando, logo ele que nunca gostou de fumar, muito menos que ela fumasse.
      Ele comentou sobre os amigos de antigamente. Encontrou um, soube de notícia de outro. Comentou que os amigos se afastaram. Divisão de bens. Os amigos mais íntimos dele perderam o contato com ela, e os dela mal falavam com ele. Achavam que ele fê-la sofrer. Era nostálgico, apesar da pouca idade para sentir tanta saudade de um tempo não muito distante.
      Ela perguntou se ele estava namorando. Namoro? Aquilo era um martírio, a namorada era algo insuportável; aliás, não que ela fosse insuportável, ele é que não tinha paciência para as “coisinhas” de casais. Logo perdia a paciência com ela. Mas tinha medo de ficar sozinho, por isso agüentava aquela mulher. Ela perguntou se ele estava triste. Um gole de cerveja, um trago.
-          De vez em quando fico assim, você não sabe?
      Ela não perguntou mais nada, ficaram a tomar a cerveja, calados.
      Ele não via mais tanta graça na vida, desde que acabaram, ele ficou tentando de várias formas ser feliz, algumas coisas deram certo para ele; comprou um carro, conseguiu uma certa independência financeira, guardar algum dinheiro. Mas algo lhe faltava, o que lhe dava prazer agora o aborrecia profundamente, no trabalho tinha, às vezes,  a sensação de que seu lugar não era no escritório, mas não deixava transparecer isso aos colegas. A insatisfação guardava para si, transmitia paz e alegria para quem estivesse ao seu lado. Mas isso era apenas uma máscara que ele fazia questão e tinha que usar.
      Antes de terminarem a cerveja, ela disse que tinha que ir embora; na verdade sentia-se meio constrangida dos olhares daquele homem que ela conhecera muito bem há alguns anos, mas agora era um estranho. Ela não reconhecia aquele homem amargurado e cabisbaixo.
      Ela levantou-se, deixou sobre a mesa alguns trocados, despediu-se e saiu pela porta de vidro; enquanto o garçom colocava mais uma cerveja sobre a mesa, ele ficou a olhar o andar daquela mulher, quando ela cruzou apressadamente a rua, tinha a certeza de que nunca mais a veria, quem sabe fosse melhor assim.


A PORTA DE SAÍDA:


E agora, meu irmão, você era só dela, vivia por ela, morria por ela,
Tenho uma noticia pra você...
Realmente você morreu, morreu para o mundo.
Taí triste, caído, bebendo sozinho,
Enquanto ela está lá – sabe-se lá onde!

Aquela porta que você viu se abrir tão esplendorosa,
Agora está fechada para você.
Os braços tão belos, só dizem para você se afastar,
Vocês dividiam sonhos e tristezas, alegrias e reveses,
 Agora, a paz que vocês queriam, cada um tem a sua,
Os sonhos são só seus,
Quem você vai chamar quando acordar?

Sua vida estava nela, não era?
O que vem depois da vida, meu amigo?
Qual o fim irremediável?
 “Nada permanece inalterável até o fim”
O caminho que cada um percorre é o caminho das esperanças enterradas,
As flores murcharam e só ficaram no caminho galhos secos
E raízes retorcidas de uma árvore que não foi regada.
Juntos viveram a mesma vida,
Juntos terão a mesma morte e os mesmos pesadelos.
A PORTA DE ENTRADA:

Quando a porta se abrir
E encontrar essa mulher de braços abertos
O sorriso franco que me enche de paz.
Os braços leves que me levam, neles quero adormecer.
Quero, ao olhar para ela, esquecer tudo.
Serei só dela,
Já sou dela.

As pernas conduzem o corpo lindo que é meu repouso
Minha vida se inicia nela, se fecha nela.
Não sei se morri ou esqueci
Meu corpo é dela, minha mente é dela.
Das memórias enterradas
O caminho é meu e dela cercado de flores
Juntos pisamos o mesmo solo
Juntos vivemos a mesma vida
E juntos nutriremos nossas esperanças
E esqueceremos nossos pesadelos