terça-feira, 1 de junho de 2010


O CÉU É O LIMITE

A altura, o céu é um dos maiores sonhos, desejos da humanidade. Isso é inegável, quantos de nós – reles seres humanos – sonhamos, lutamos e morremos para alcançar o inatingível, o sublime, o etéreo.
Mas esse texto não tem uma função didática, vamos ao assunto de modo direto. O que se pretende nestas linhas é falar de pessoas que se colocam num pedestal, se colocam numa posição que, imaginam, não possam ser atingidas pelos outros seres humanos. Na verdade, aquelas pessoas que se colocam num pedestal, vêem os outros como reles formigas, e não neguemos: quando vemos seres bem pequenos sentimos um extremo desprezo e uma vontade imensa de pisá-los, destruí-los. Sabe por quê? Porque são esses pequenos seres que mais nos incomodam. Imagine-se dormindo com uma muriçoca no seu ouvido!
Pois bem, o sonho de voar, sair do chão é um dos mais antigos da humanidade, por exemplo, o mitológico Ícaro que derreteu as asas ao se aproximar do sol, hoje em dia o sonho de chegar ao céu se aproxima aos imensos prédios lá pelos Emirados Árabes que vão muito além do imaginado.
Quando você se lança ao alto, sem olhar para baixo, a imensidão, o infinito é tudo que se deseja alcançar, mas não se esqueça: como mensurar o infinito que você quer alcançar e outro problema: quando se lança ao alto sem uma base, sem uma torre de comando, o vôo é sem orientação e para voltar? Como faz? E será que se pode ir tão alto que não possa ser alcançado?
E quando estiver lá em cima e vir que já alcançou o que “tinha” que buscar? Quando a liberdade de voar pelo infinito perder a graça? O caminho de volta será o mesmo? Provavelmente, as pessoas que lhe levantaram ainda estarão por lá, esperando você voltar ou de tão cansadas, com o pescoço dolorido de tanto olhar para o céu, voltarão para suas casas lembrando aquele que voou e nunca alcançou aquilo que buscava porque simplesmente não sabia o que buscar.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

NÃO SE DÊ TANTA IMPORTÂNCIA

O título deste texto pode parecer um tanto estranho, mas sempre pensei nas pessoas que se dão importância demais nas suas pequenas atitudes. E não há neste texto nenhuma “direta” ou “indireta” a alguém específico. Vou explicar por que.
Geralmente recebemos elogios por alguma boa ação que fazemos, seja uma boa nota, reconhecimento por um trabalho, etc.... Mas, muitas vezes nos esquecemos de que não fizemos nada além do nosso trabalho ou função, porém algumas pessoas se colocam num pedestal muitas vezes alto demais e perigosíssimo conseqüentemente.
E na maioria das vezes, pessoas que se dão importância, são chatíssimas, super boçais e sérias demais. Apesar de não gostar muito, o Cazuza disse uma vez numa entrevista na tevê: “O mundo é sério, chato demais, se a gente se leva a sério o tempo todo, a gente também fica chato”. Não que com isso eu não me leve a sério, muito pelo contrário, mas não que eu fique me idolatrando, por exemplo, diga: “Oh, como escrevo bem, vou mostrar pra todo mundo num blog!!!”
A iniciativa de criar e postar textos meus neste blog, como disse anteriormente, veio do meu primo Israel que mora no Canadá e tem um blog muito classe A, o hbdia.com e como eu tinha uns textos e idéias que considero bacanas, fui atrás e comecei a publicar meus textos.
Depois dessa “explicação”, volto ao conteúdo deste texto, pessoas que se gostam demais têm um espelho tão grande quanto à própria vaidade, falam de suas ações e conclusões com uma força descomunal, desmerecendo outras e não reconhecendo que há pessoas que já pensaram ou viveram a mesma merda! Ora, meus amigos, não devemos colocar nossas opiniões como verdades indissolúveis e indiscutíveis até porque assim como nossa aparência muda, nossas opiniões sobre algumas coisas também.
Muitas vezes, quando somos adolescentes, temos a tendência e a vocação de nos julgarmos maiores do que nossa boca. Expressamos pensamentos, opiniões que nem sempre condizem com a nossa realidade e isso é bom porque quando saímos dos nossos quartos e vemos que o mundo não está muito preocupado com aquilo que nós pensamos e as pessoas não vão mudar por nossa causa, das duas uma: Ou nós ficamos revoltados e – para alguns – a rebeldia fica no olhar, no pensamento – para outros, fica mais fácil seguirmos o caminho que todo mundo trilha: o da resignação.
A frase que eu coloquei acima “A rebeldia fica no olhar” é do cartunista Angeli de um  texto muito legal sobre o fato do filho dele querer colocar um piercing. Ele (Angeli) sabiamente viu que o filho dele vai ser o der na telha, se o símbolo da rebeldia é um piercing, que ele curta o tempo que for, se a rebeldia, o modo meio subversivo de ver a vida vai passar à resignação, aí são “outros quinhentos”
Engraçado é que algumas pessoas, que me conhecem há anos, chegam pra mim e dizem: “eita cara, cadê o cabelão?” “como é que tá a banda?” “ainda tá ouvindo os rock?” como se pelo fato de ter ficado mais velho, careca e com uma filha fosse o prazo de validade de uma pessoa! Eu simplesmente dou um risinho de canto de boca e saio, adianta discutir?
Enfim, mantenha suas convicções, seus projetos, mas não se leve a sério demais, sorria sempre e mantenha a cabeça aberta aos outros, assim a gente cresce!

Texto, inspiradíssimo, que dedico aos meus alunos!! (de 1999 a .....)


Pois é, mais um ano que está chegando ao fim e um novo que se inicia; desejo, nesta nova etapa, que vocês aprendam cada vez mais, não somente na sala de aula, mas vejam que a vida é repleta de desafios e conquistas, de perdas e lágrimas, mas enfim, é sua vida.
Obedeça sempre aos seus pais, por mais que eles pareçam chatos, incompreensíveis, eles, magicamente, têm razão quando lhe proíbem algo, mas lembre-se de que obedecer não é apagar-se, deixar de querer algo, só procure descobrir se aquilo que você quer é realmente necessário.
Valorize sempre os amigos, mesmo que os de hoje não sejam os mesmos de amanhã. Nós nunca sabemos quando nós precisamos de um favor; se um dia, você se irritar com um deles, veja o que você também pode ter feito para uma situação qualquer.
Procure dar importância àquilo que o professor fala, por mais que pareça chato, você sabe que pelo menos no dia da prova você irá precisar. Se você achar que a matéria ou o professor são “insuportáveis”, você pode fazer o seguinte (ou mais, depende de você): copie tudo que está no quadro (o tempo passa mais rápido!) ou fique olhando para seu relógio (garanto que é uma tortura!)
Por mais que essa frase seja batida, vale a pena repetir aqui: Acredite nos seus sonhos, é a melhor forma de se manter vivo; mesmo que seus sonhos pareçam distantes ou impossíveis, saiba que você pode realizá-los; se essa realização não ocorrer, não se frustre, infelizmente (ou não), a vida não é só feita de realizações.
Tenha sempre olhos e ouvidos bem limpos e abertos, estes órgãos, além de fundamentais, podem livrar você de vários perigos. (dentro e fora da sala de aula!)
Nunca espere pelo que os outros podem fazer por você, só você é capaz de mudar o “seu” mundo, você é um ser vivo, pensante – fundamental para si mesmo.
Sabe aquela história: “Ah, eu devia ter feito aquilo”. Faça, arrisque, mas cuidado com as conseqüências, pois só você irá responder por elas.
Meus queridos, estas são algumas palavras que eu, humildemente, posso lhes dar, vocês são o presente do mundo; por mais que não pareça fácil, vocês podem mudar algo. Enfrentem o novo, o inesperado, o difícil com a coragem de um lutador que não teme seu adversário e sabe que pode vencê-lo.
A felicidade é algo breve ou eterno, só depende de você. Aprender é ótimo, dentro e fora da escola, faça bom proveito do que lhe é ensinado.
Ó, quero deixar claro que é um texto antigo, não tem absolutamente NADA de pessoal, criei-o quando a primeira frase dele me veio à mente!!!!


ENCONTRO

      Ela estava esperando já há meia hora, quando o viu entrando no restaurante; estava acostumada com a falta de pontualidade dele, afinal.
      Ele chegou a mesa e a cumprimentou cordialmente, seco. Ela sentiu sua respiração quente e pesada.
      Notou-o cansado. Seu rosto másculo era indefinido, sem cor. Ele parecia bem mais velho do que da última vez que se encontraram. Quem sabe a mocidade dele advinha da união deles. Procurou conversar, saber das novidades, se estava namorando. Monossílabos.
      Ele não estava interessado em conversar banalidades. Ele sabia que se entrassem em assuntos mais íntimos iria se incomodar. Ele limitou-se a falar – superficialmente - do trabalho; cada vez mais sufocante, da família dele, pois tinha voltado a morar com os pais, na mesma casa de muitos anos atrás, onde tantas vezes ela havia ido.
      Ele, enquanto falava, olhava para a mulher na sua frente. Como os anos fizeram bem a esta mulher! Estava mais bela, mais jovem. Os cabelos estavam presos, mas ele pôde ver uma cor diferente daquele que ela costumava usar. Os olhos brilhavam, pareciam pulsar de felicidade. Olhos negros e curiosos. Ele sentiu uma raiva de não estar tão bem quanto ela, mas estava deprimido demais para ter outro sentimento no coração.
      Sentia-se inferior a ela. Logo ele que, tantas vezes, ensinou-lhe tantas coisas, sentia-se rebaixado toda vez que ficava deprimido, achava-se a pior pessoa do mundo. Ela continuava a falar e perguntar sobre a vida, ela não quis entrar em nenhum assunto muito íntimo, apesar de ter inúmeras novidades. Sentia nele certa cumplicidade, por tantas vezes ele fora seu confidente, agora ele se esquivava, fugia dos seus olhos curiosos, que sempre iam mais além.
      O garçom chegou e perguntou o que eles queriam, por um instante ele saiu da letargia e voltou ao mundo. Ela sentiu-se aliviada. Ele escolheu uma bebida, não estava com fome. Ela pediu um tira-gosto, iria acompanhá-lo na cerveja que havia pedido. Ele acendeu um cigarro; ela estranhou o fato dele estar fumando, logo ele que nunca gostou de fumar, muito menos que ela fumasse.
      Ele comentou sobre os amigos de antigamente. Encontrou um, soube de notícia de outro. Comentou que os amigos se afastaram. Divisão de bens. Os amigos mais íntimos dele perderam o contato com ela, e os dela mal falavam com ele. Achavam que ele fê-la sofrer. Era nostálgico, apesar da pouca idade para sentir tanta saudade de um tempo não muito distante.
      Ela perguntou se ele estava namorando. Namoro? Aquilo era um martírio, a namorada era algo insuportável; aliás, não que ela fosse insuportável, ele é que não tinha paciência para as “coisinhas” de casais. Logo perdia a paciência com ela. Mas tinha medo de ficar sozinho, por isso agüentava aquela mulher. Ela perguntou se ele estava triste. Um gole de cerveja, um trago.
-          De vez em quando fico assim, você não sabe?
      Ela não perguntou mais nada, ficaram a tomar a cerveja, calados.
      Ele não via mais tanta graça na vida, desde que acabaram, ele ficou tentando de várias formas ser feliz, algumas coisas deram certo para ele; comprou um carro, conseguiu uma certa independência financeira, guardar algum dinheiro. Mas algo lhe faltava, o que lhe dava prazer agora o aborrecia profundamente, no trabalho tinha, às vezes,  a sensação de que seu lugar não era no escritório, mas não deixava transparecer isso aos colegas. A insatisfação guardava para si, transmitia paz e alegria para quem estivesse ao seu lado. Mas isso era apenas uma máscara que ele fazia questão e tinha que usar.
      Antes de terminarem a cerveja, ela disse que tinha que ir embora; na verdade sentia-se meio constrangida dos olhares daquele homem que ela conhecera muito bem há alguns anos, mas agora era um estranho. Ela não reconhecia aquele homem amargurado e cabisbaixo.
      Ela levantou-se, deixou sobre a mesa alguns trocados, despediu-se e saiu pela porta de vidro; enquanto o garçom colocava mais uma cerveja sobre a mesa, ele ficou a olhar o andar daquela mulher, quando ela cruzou apressadamente a rua, tinha a certeza de que nunca mais a veria, quem sabe fosse melhor assim.


A PORTA DE SAÍDA:


E agora, meu irmão, você era só dela, vivia por ela, morria por ela,
Tenho uma noticia pra você...
Realmente você morreu, morreu para o mundo.
Taí triste, caído, bebendo sozinho,
Enquanto ela está lá – sabe-se lá onde!

Aquela porta que você viu se abrir tão esplendorosa,
Agora está fechada para você.
Os braços tão belos, só dizem para você se afastar,
Vocês dividiam sonhos e tristezas, alegrias e reveses,
 Agora, a paz que vocês queriam, cada um tem a sua,
Os sonhos são só seus,
Quem você vai chamar quando acordar?

Sua vida estava nela, não era?
O que vem depois da vida, meu amigo?
Qual o fim irremediável?
 “Nada permanece inalterável até o fim”
O caminho que cada um percorre é o caminho das esperanças enterradas,
As flores murcharam e só ficaram no caminho galhos secos
E raízes retorcidas de uma árvore que não foi regada.
Juntos viveram a mesma vida,
Juntos terão a mesma morte e os mesmos pesadelos.
A PORTA DE ENTRADA:

Quando a porta se abrir
E encontrar essa mulher de braços abertos
O sorriso franco que me enche de paz.
Os braços leves que me levam, neles quero adormecer.
Quero, ao olhar para ela, esquecer tudo.
Serei só dela,
Já sou dela.

As pernas conduzem o corpo lindo que é meu repouso
Minha vida se inicia nela, se fecha nela.
Não sei se morri ou esqueci
Meu corpo é dela, minha mente é dela.
Das memórias enterradas
O caminho é meu e dela cercado de flores
Juntos pisamos o mesmo solo
Juntos vivemos a mesma vida
E juntos nutriremos nossas esperanças
E esqueceremos nossos pesadelos
Esse aqui é um texto antigo (de 2003, eu acho!) mas que eu considero muuuuito classe A. Com inspiração no mestre Moreira Campos:



O VELHO HOMEM
         O velho homem chegava ao bar, os mesmos rostos, a mesa de madeira antiga, lascada nas pontas, o balcão com o vidro já quebrado e nas prateleiras algumas bebidas envelhecidas pelo esquecimento.
         O homem cumprimentou com a cabeça o dono do bar. O homem vestia-se como sempre: camisa de botão, calça escura, chinelos e a boina verde surrada, tinha braços longos e mãos fortes de trabalhador do campo. Vivia só, numa casa que há muito fora freqüentada  por sua barulhenta família; preferiu o isolamento desde que a esposa e o único filho morreram. As filhas, já casadas, foram viver suas vidas na cidade, não suportavam o tédio da grande casa circundada pelas flores, únicas confidentes do pai. Para as filhas, o pai tinha se tornado um estranho, que não queria falar com ninguém. Manias de velho. Acostumou-se com a solidão ensombrada pelas grandes árvores do sítio.
         Os freqüentadores do bar e da pequena cidade - de uma entrada e saída - conheciam o velho homem, desde pequeno. Nos tempos de fartura, brincara nas alamedas íngremes. Imutáveis. O pai do velho homem era agora uma placa apagada numa rua que não vai a lugar algum. Mas antes ajudara a construir a cidade, erguera casas, emprestara dinheiro, financiara o crescimento de uma cidade que desde sempre serviu de passagem aos visitantes e cada um destes levavam um pedaço dela, até sobrarem lembranças, dívidas, o velho homem e o bar.
         O velho homem era de poucas palavras, suas filhas lhe obedeciam apenas no olhar, as pessoas tinham-lhe respeito, no mesmo bar de hoje fora cortejado, querido. Hoje é apenas um vulto que recebe ligações marcadas e somente em dias especiais. A filha mais nova ainda o visitava, falava das netas, das irmãs.                         
         O velho homem ouvia as notícias  e expressava algum contentamento. Mas essa filha parecia demais com a falecida esposa, trinta anos de união. Chegou a expressar a semelhança da filha com a mãe numa rara festa familiar. Solidão.
         A mulher e o filho morreram num acidente. O velho homem dirigia o carro. Luzes, estrada longa, sono, um barranco; ele saiu ileso. As filhas mais velhas ignoraram as razões do acidente, a dor e a culpa estavam no pai, o alvo era próximo, ninguém o ouviu, não havia ninguém para contar a verdade.
         Enquanto olhava as  mesmas árvores, bebia uma dose de aguardente. O dono do bar, quase de mesma idade, brincara com o velho homem quando criança, mas hoje esse homem forte e cansado era apenas uma lembrança. O pedido e o horário eram os mesmos, para ambos bastava esse contato, uma ou duas palavras, uma conta, as cédulas gastas. O copo vazio, um cumprimento, uma sombra. Enquanto o vento frio anunciava um longo inverno e o sol se escondia atrás das montanhas.

Bem, depois de um longo e tenebroso inverno tá aqui mais uma postagem, texto novo!!!


DA EXISTÊNCIA DE DEUS

Antes de mais nada, vou logo avisando: se algum beato, beata, satanista se der ao trabalho de ler esse texto é por sua conta e risco!
Um dia desses, depois do feriado de semana santa, tava pensando sobre a existência de Deus e a real importância disto pra minha vida. Não que o feriado em si tenha me abalado de alguma forma ou que eu seja fervoroso católico, mas esse eterno questionamento me deu bons motivos pra escrever esse texto, tomara que sejam bons.
Acho que comecei a pensar nas pessoas que acreditam ou não na existência de Deus depois de conversar com minha namorada e um grupo de amigos. Falávamos sobre religião, crentes e afins, quando chegamos ao questionamento da existência ou não de Deus.
Tenho uma convicção de que somos regidos por uma força superior, que chamem deus, diabo, natureza, espírito, etc... mas realmente ao olhar para minha filha e ver nela um reflexo meu, tenho que aceitar que deus realmente existe, pelo fato também de que ela, mesmo com apenas 3 anos, passou por alguns probleminhas beeem chatos, mas isso é outra história, né?
Voltando ao questionamento, percebi que tem muita gente que dá muita importância em negar a Deus e a religião, complicado? Vou explicar: em todos esses anos de música pesada (que continuo fã incondicional!), shows, discos, imagens, símbolos, vi que várias pessoas se preocupam demais em provar o próprio ateísmo. O mais legal disso é que são pessoas novas, recém saídas da adolescência (ou ainda nela) que, aparentemente, não têm uma ocupação maior na vida além de negar a existência de Deus. Há um tempo ouvi de uma pessoa que (diz ter) estudado todas as religiões para não aceitar nenhuma! (bem, eu acho muuuuito complicado você saber sobre todas as religiões, todos os pormenores delas quando se tem 16, 17 anos. Até porque não daria tempo para isso, mas....)
Como estava comentando com meu amigo Babinha, dificilmente você ouvirá alguém dizendo, na iminência de um puta acidente: Ai, meu Satan! Ai, meu capeta!!!! E é bom nem brincar com isso!!!!
Não quero fazer deste texto algo cristão, católico até porque não sou tão católico assim. Raramente vou à igreja e freqüentemente falo algo contra “a santa igreja católica” e seus dogmas. Considero uma instituição extremamente falha, arcaica e que entra em processo de auto “revelação” ou destruição se preferirem, daí casos e mais casos de pedofilia.
Como também não estou enaltecendo o satanismo, ocultismo nem nada que mexa com o “tinhoso”, tenho muito respeito pela galera que curte Black Metal, até porque esse respeito conserva meus dentes na boca! (e também conheço uns caras muito classe A que ouvem Black Metal) E até gosto de algumas bandas tipo: Celtic Frost, Venom... dentre outras mais antigas de um satanismo e habilidade musical bem duvidosas, mas enfim....
Pois bem, se Deus existe ou não, um dia vou saber – tomara que demore bem muito!!! – no momento não tenho a menor curiosidade de descobrir. Que forças positivas estejam sobre todos aqueles que amo, respeito e gosto e também sobre os que eu não gosto, como diz uma célebre frase (desculpem a ignorância, não sei de quem é!) “Mantenha seus amigos próximos e seus inimigos mais ainda”


segunda-feira, 8 de março de 2010

PROCURA-SE UMA MULHER

Que antes de tudo, seja linda

Mas uma beleza que não seja evidente

Mas que se descubra a cada dia

É fundamental que seja vaidosa

Não uma vaidade auto-suficiente,

Mas aquela que se orgulhe de cada elogio

Que atraia a atenção pelo nariz.

Que as lágrimas em seu rosto sejam sempre de alegria.

Preencha esse espaço vazio na minha estante,

Se coloque sobre essa marca tão enferrujada.

Já que nas prateleiras da vontade haverá sempre espaço para seu amor.

sábado, 6 de março de 2010

Mais um textinho, falando sobre os anos 80:

ANOS 80

Um dia desses, enquanto arrumava alguns discos antigos – leiam-se LP’s – comecei a pensar nos anos 80, não que eu tivesse plena consciência e conhecimento de todos os acontecimentos da época; por ser muito jovem, mas mesmo assim comecei a lembrar da minha infância e dos fatos que vivi. E agora, depois de aproximadamente vinte anos, percebo como foram importantes aqueles anos.

A primeira lembrança que mantenho viva é o primeiro show da banda Kiss no Brasil. Fiquei impressionado com aqueles tanques, maquiagens e o sangue falso do Gene Simmons – que cuspia o show inteiro com uma língua monstruosa. É bem verdade que meu namoro com o rock não começou daí – tinha apenas 5 ou 6 anos e para mim aquilo era um espetáculo que enchia os meus infantis olhos.

Lembro-me da comoção que o país viveu quando ocorreu o movimento pelas Diretas Já! Dando fim ao período negro do regime militar e quando o primeiro presidente civil iria assumir o poder. Até hoje, muito me pergunto como Tancredo Neves adoeceu e morreu tão subitamente. O sopro de vida e liberdade estava suprimido durante algum tempo, até que Sarney com seus planos (cruzado I, II,........) deu um novo ânimo à sociedade; ânimo anexado à inflação de que meus pais tanto reclamavam.

Ouvia sobre inflação e as conseqüentes reclamações pelos meus pais, mas obviamente, preferia brincar com meus Comandos em ação – imaginando mil batalhas com Falcon e seus “soldados”. Comandos em ação era um brinquedo relativamente acessível para meus pais; mas o que eu queria brincar mesmo era com um Gênius, com um robozinho que falava e com um “lançamento”: o videogame Odissey. Se fosse possível comparar diria que a quantidade de luzinhas destes “modernos” brinquedos era proporcional ao número de zeros do valor deles. Ah, sem esquecer das bicicletas BMX, e do célebre comercial: “Não esqueça minha Caloi!” e o famigerado “Compre Batom, compre Batom...”

O ano de 1985 foi especialíssimo para mim, e acredito que vários amigos meus também. Foi o ano do primeiro Rock in Rio que trazia artistas ótimos e exóticos, ou não tão “ótimos” assim. Era o primeiro festival de grandiosas proporções no Brasil, e para ele foi construída a Cidade do Rock, onde vários hippies velhos achavam a própria Woodstock. Assistia, meio sem entender, às apresentações de Ozzy Osbourne, Iron Maiden, Paralamas do sucesso, Kid Abelha (e os abóboras selvagens – Meu Deus!!! Muito original! ) E, para não esquecer, a Nina Hagen, que parecia uma bruxa, mas era engraçada, e o muito Rock and roll, James Taylor.

Esse festival abriu as portas para várias bandas e o “Rock Brasil” viveu sua década de glória, bandas underground tiveram seu espaço, geralmente bandas engraçadinhas, leves, trazendo um novo fôlego à música brasileira cercada até então de Amelinhas, Fagner’s, e outros regionalistas. (Só mais tarde, fui entender realmente o valor destes e de outros artistas!). Do lado de “baixo” deste rock alegre que falava de chopp e batata frita, vaquinha Sarali, existia um outro rock, underground, que falava dos problemas sociais e dos resultados do Regime Militar: o Punk.

O movimento Punk, desde seu surgimento – no Brasil, por volta do final dos anos setenta – era e é visto pela grande massa como alegoria, acessórios; como Gilberto Gil afirmaria: “sou o punk da periferia....”. Hoje, infelizmente, o movimento sucumbiu à moda, ser punk é andar de tênis e roupas de lojas que lançam suas tendências “street”, “underground”, cabelos moicano, etc, mas isso é papo para outro texto.

Enquanto no Brasil bandas como Blitz, Ultraje a rigor, Ira!, Biquíni Cavadão, Legião Urbana, Plebe rude, cantavam, de forma meio equivocada é verdade, a juventude brasileira nos seus sonhos nunca dantes navegados. O mundo assistia e ouvia artistas como Madonna, Michael Jackson, Dire Straits trazerem uma nova estética para os videoclipes. Produções caras, roupas de gosto duvidoso e os cabelos então....A juventude absorvia um novo american way of life, – em filmes, clipes e até novelas. - E num período em que as importações eram proibidas O rebolado do Michael Jackson envolvia as crianças (ops!) e o cabelo da Madonna era inspirador de pré-adolescentes ávidas de revoltas juvenis.

Era uma época muito colorida, é verdade, desde (mais uma vez) os cabelos coloridos e armados de laquê de Baby (ainda) Consuelo, até as roupas dos caras do Bon Jovi, Iron Maiden, Marillion. Felizmente essa moda dos cabelos e roupas passou (já pensou, hoje em dia, você ir trabalhar com uma calça de lycra de oncinha !?).

Nos cinemas, nós assistíamos a um Stallone, Schwarnegger (acho que é assim!) matando bem uns 50 com um revólver de seis balas, violência gratuita, desnecessária; mas que enchia os nossos juvenis olhos. Mas nem só de violência era o cinema; havia também muitos sonhos como: 2003 – Uma odisséia no espaço, Alien – o 8º passageiro, Exterminador do Futuro (é, com aquele cara; Swar... alguma coisa!). Um futuro nebuloso e bem mais negro do que poderíamos imaginar. Por outro lado, havia o futuro que nós poderíamos escrevê-lo e com boas doses de humor, como em De volta para o futuro. Peço licença para destacar esse filme, pois eu o adoro, até hoje! Para mim, é um grande filme, que brinca com o nosso eterno desejo de ver o mundo do futuro, como nós estaríamos (nos distantes) anos 2000!

No mundo: a Guerra Fria, o Socialismo versus o Capitalismo, Reagan e Gorbatchev; o mundo sob a ameaça de uma guerra nuclear e já no finalzinho dos anos 80, a queda do muro de Berlin, junto com o ideário socialista; não que esse ideário tenha realmente acabado, mas o que vemos hoje em dia é uma contradição de tudo. A esquerda cada vez mais parecida com a direita, e esta sendo oposição. (!!) Há ainda alguns resquícios do Socialismo como Cuba (com Fidel nas últimas...) e a Coréia do Norte (com seu sonho nuclear).

Enfim, os anos oitenta foram especiais para muitas pessoas, período de descobertas e experiências, o que posso dizer é que quem tem por volta de 25 a 30 anos lembra-se com muita clareza desses anos coloridos e inovadores, às vezes com saudade ou dando “graças a Deus” que passaram; agora com licença que eu tenho que me arrumar para uma festa Trash’ 80!

Pois bem, galera. Depois de alguns anos, aderi à onda de blogs. Sempre tive vontade de ter um para publicar alguns textos meus e tirar dúvidas dos meus alunos, criei coragem e numa tarde de ócio, meti as caras, inspirado - e muito - pelo meu primo Israel que mora no Canadá e tem um blog acessado pra caramba!!!! Então, vamos nessa!!!!